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Relator da CPI da previdência fala aos dirigentes frentistas no encontro nacional da categoria, em Brasília


Relator da CPI da previdência fala aos dirigentes frentistas no encontro nacional da categoria, em Brasília

 

Os trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência em todo o país serão os mais afetados pela reforma da previdência proposta pelo governo Temer. Os riscos da aprovação da proposta foram abordados no encontro de dirigentes dos frentistas que acontece, em Brasília 

Enquanto o governo se articula para acabar com os direitos básicos dos trabalhadores, no Senado, parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) da Previdência, se apressam para provar que não há deficit e que o problema de caixa é provocado pelas dívidas das grandes empresas com o INSS. Nesta quarta-feira(30), o relator da CPI, senador Hélio José (PMDB-DF), apresentou aos dirigentes dos Sindicatos dos Frentistas, no encontro da categoria, em Brasília, um esboço do andamento dos trabalhos. 

Mesmo sendo do partido do presidente Temer, o senador criticou a reforma da previdência. Ele afirmou que tanto os trabalhadores da iniciativa privada quanto os servidores públicos não podem ser penalizados para cobrir o rombo da previdência. Segundo o parlamentar, o deficit da previdência é provocado pelas dívidas dos grandes conglomerados econômicos, que não repassam a contribuição ao INSS.

O parlamentar informou que a CPI vai ouvir, nos próximos dias, os 25 maiores devedores da previdência. O senador disse que a JBS, envolvida no escândalo de corrupção do presidente Temer, é a segunda maior devedora do país. Hélio José afirmou, que mesmo sendo do partido do governo, trabalha para abrir a caixa-preta da previdência. 

Ele disse que o grande objetivo da CPI é provar que quem tem desconto no contracheque, trabalhadores, servidores públicos e aposentados, não têm culpa do rombo da previdência. “O governo não pode vender a alma do trabalhador com a reforma”.

O parlamentar denunciou que a proposta do governo apresenta uma série de contradições e equívocos. O senador criticou também a estratégia do governo de forçar um deficit para empurrar os trabalhadores para a previdência privada. Com o relatório, que deverá ficar pronto nos próximos quatro meses, Hélio José espera desmascarar a questão da reforma perversa contra os trabalhadores. 

O senador também criticou a reforma trabalhista e a Lei da Terceirização. Ele pediu aos dirigentes dos frentistas que pressionem os parlamentares em suas bases, para que as reformas não passem no Congresso. 

Para o diretor técnico do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Antônio Augusto Queiroz, com a reforma da previdência o brasileiro vai morrer sem se aposentar. O analista político disse que a proposta do governo, baseada no modelo europeu, não se enquadra a realidade do país. Antônio informou que o europeu tem condições melhores e vive mais que o brasileiro. 

Com a reforma, o tempo mínimo de contribuição vai aumentar de 15 para 25 anos. Essa proposta vai contra a dura realidade do país, já que cerca de 76% dos aposentados por idade, hoje, não conseguiram comprovar o tempo mínimo proposto pela PEC da previdência. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde(OMS), na Europa o trabalhador se aposenta ao 65 anos, e usufrui da aposentadoria por pelo menos 19 anos. No Brasil, a expectativa de vida é dez anos menor e o trabalhador sofre com as más condições de salário, alimentação e moradia. O brasileiro morre em torno dos 65 anos e seis meses de idade. Antônio alertou que a matemática não deixa dúvidas, o trabalhador vai morrer seis meses após conseguir se aposentar.

O ex-ministro Aldo Rebelo afirmou que a reforma da previdência deveria consertar as deformações existentes, como as altas aposentadorias pagas no serviço público. Ele disse que tem muito trabalhador que ganha pouco pagando a previdência de quem recebe, além do que é razoável. Aldo acredita que mesmo com todas as adversidades o Brasil vai retomar o caminho da democracia e do crescimento. Para o ex-ministro, apesar de todos os problemas enfrentados, o país continua sendo a nação mais invejada no mundo por suas riquezas naturais. Aldo afirmou que há um processo de destruição no país. Ele citou como exemplo o escândalo da Lava Jato que pune principalmente os trabalhadores, que dependem das empresas para ganhar o sustento. Segundo ele, a justiça penaliza a empresa que fica impedida de renovar contratos de trabalho, enquanto os donos, os verdadeiros envolvidos no escândalo de corrupção, saem do país. 

FEDERAÇÕES

Para o presidente da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO), Eusébio Pinto Neto, a sociedade brasileira vai sair fortalecida dessa crise que atinge não só a economia e a política do país, mas também a ética. Ele disse que esse é o momento dos sindicalistas pressionarem para a realização da grande reforma política, com igualdade de direitos para todos. Eusébio Neto criticou duramente as reformas da previdenciária e trabalhista propostas pelo governo. Segundo ele, em um país, onde há uma das piores distribuição de renda, a luta do movimento sindical deveria ser para avançar, e não para manter direitos básicos. Eusébio afirmou estar confiante de que as reformas não vão passar da forma como o governo quer. “O Brasil vai acabar, as empresas vão falir, já que as reformas vão jogar o povo na miséria. O trabalhador não terá recursos para consumir, isso vai empobrecer o país”, completou. 

Eusébio Neto declarou, ainda, que esse é o momento do movimento sindical investir na capacitação dos dirigentes para restruturar a sua luta.

O presidente da Federação dos Frentistas do estado de São Paulo, Luiz Arraes, disse que o momento é muito delicado para o sindicalismo. Ele afirmou que nem na época da ditadura as entidades de classes foram tão atacadas, com a ameaça de retirada de direitos dos trabalhadores. Arraes frisou que o movimento sindical está emparedado e precisa se reinventar para se adaptar a nova estrutura. Ele salientou que essa é a hora dos sindicalistas passarem por cima das adversidades. O movimento sindical precisa se unir para resistir as investidas do governo. Luiz Arraes lembrou que a categoria já sofreu ameaçada de retirada de direitos na década de 90, quando tentaram impor as bombas de autosserviço nos postos de combustíveis. “Nós sobrevivemos aos ataques das multinacionais que queriam retirar o emprego de 600 mil trabalhadores, e vamos vencer mais essa batalha. Tenham confiança nas federações porque precisamos fazer uma marcha unida”.

HOMENAGEM

No encerramento do encontro, o presidente do Sindicato dos Frentistas de Osasco, José Maria de Lima, pediu aos dirigentes da categoria um minuto de silêncio em homenagem ao frentista Agenor Corrêa de 62 anos, que foi brutalmente assassinado, na terça-feira(29), por cinco portugueses que bebiam na loja de conveniência. 

Fonte:http://www.fenepospetro.org.br

 

 

 

 

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